Tabary, por Henri Filippini "Quem não conhece hoje Jean Tabary, desenhador das aventuras do bom califa Haroun el Poussah e do mau vizir Iznougoud, que se quer tornar califa em vez do califa? Gosto muito desta banda desenhada escrita com talento por René Goscinny, mas tenho mais admiração por Tabary quando ele escreve os seus próprios argumentos. Tabary é um grande desenhador, mas é ainda maior argumentista, muito especialmente quando embarca em histórias longas com peripécias e personagens que multiplica de forma agradável." "Tabary é um grande argumentista, e talvez ele devesse contentar-se com esta actividade se não tivesse um grafismo elevando-o ao nível dos melhores desenhadores. Richard et Charlie é a sua primeira história. Influenciado no inicio por Franquin, encontrou rapidamente um estilo pessoal que lhe valeu o favor dos leitores de Vaillant, onde trabalhou em exclusivo durante mais de dez anos. Tabary reparou que para agradar ao leitor não basta desenhar bem, mas é necessário contar histórias. Pouco a pouco, lançou-se em grandes aventuras com personagens loucas e diversificadas. Veia que explorou seguidamente com o mesmo êxito nas páginas de Pilote ao criar as aventuras de Valentin le Vagabond. Os seus policias cronicamente estúpidos mas simpáticos permanecerão os grandes heróis desta série que se faz, infelizmente, cada vez mais rara. Com a aventura de Richard et Charlie au Japon convido-vos a reencontrar estas personagens numa história judiciosamente construída por um Tabary que se encontra ainda no inicio da sua carreira." Henri Filipini (prefácio de Richard et Charlie au Japon, Éditions Jacques Glénat, Grenoble, 1977)